Entendendo
um pouco do lúdico para as crianças pequenas
Brincadeiras,
mímicas, canções, narrativas, trava-línguas, cabras-cegas, unidunitês, jogos de
adivinhar, dentre outros elementos, fazem parte de nosso lúdico e imaginário
infantil. Infelizmente, temos a tendência a esquecermos, com o passar do tempo,
deste momento tão feliz pelo qual, a princípio, toda criança vive ou viveu.
Um
trava-língua é excelente instrumento para desenvolver habilidades linguísticas,
no trato com o verbo falado, podendo servir como primeiros passos no processo
de desenvolvimento de futuros profissionais da fala.
Os
jogos de adivinhação também têm a serventia de aguçar a curiosidade e fazer os
pequenos pensar. Esta brincadeira oral faz a mente pensar respostas para seus
mistérios de decifrar e nisto se exercita alegremente, desenvolvendo aptidões
novas e colocando em movimento uma espécie de divertida descoberta do mundo e
seus mistérios.
Assim, imaginar faz parte da
cultura infantil. Um exemplo são os Quitapenas, pequeninas bonecas de origem dos povos
indígenas da Guatemala, que representam muito bem este imaginário. De fácil
fabricação artesanal – você não precisa de muito mais do que palitos de
fósforo, linhas para costura e muita criatividade para enfeites - são
brinquedos que cabem na palma da mão.
O
folclore daquele país conta que quando a criança não consegue pegar no sono,
pois está aflito e com medo, pode contar os seus problemas para a quitapena,
depois guardá-la debaixo do travesseiro, e pronto: a “pena” se vai e leva junto
tudo o que a incomoda. Segundo as lendas, muito populares na cultura
guatemalteca, a insônia será enxotada e as angústias serão aliviadas pelo
simples fato de narrarmos nossos males para as bonecas.
Portanto,
o lúdico é coisa séria na história. Em um estudo muito interessante, publicado
em 1938, Johan Huizinga propôs que seria mais adequado que mudássemos o nome da
espécie de homo sapiens para homo ludens. Pois tudo
no nosso passado e no nosso presente indica as culturas de todos os povos jogam, brincam, cantam,
dançam, constroem brinquedos para fazer da infância um momento de alegria e paz.
Texto adaptado por Valéria Koury
2016